terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dalai Lama - Mudar de religião não é fácil nem bom


                                                Foto: Público/Paulo Ricca

Assumindo-se como anunciador de valores humanos universais, Tenzin Gyatso, 14.º Dalai Lama e líder espiritual do budismo tibetano, diz que as pessoas devem conservar a sua religião. Mudar «não é fácil nem bom», diz, a propósito da atracção do Ocidente pelo budismo.
O Dalai Lama afirma-se optimista em relação ao futuro do mundo e acredita que ainda viverá para ver um Tibete livre.
Nascido em 6 de Julho de 1935, no Tibete, Lhamo Dhondup, como se chamava, foi reconhecido como a reincarnação do 13.º Dalai Lama, Thubten Gyatso, quando tinha dois anos, como recorda a sua biografia oficial (emhttp://www.dalailama.com). Iniciou a educação monástica aos seis anos, terminando-a aos 23, em 1959.
Mas antes, em 1950, já ele tinha sido chamado a assumir todos os poderes políticos no Tibete, após a invasão do país pela China. Em 1954, esteve em Pequim para conversações com Mao Zedong, Deng Xiaoping e Chu en Lai. Mas após o esmagamento da rebelião tibetana, foi obrigado a exilar-se em Dharamsala, no norte da Índia.
Em 1963, o Dalai Lama apresentou um projecto de uma constituição democrática para o Tibete. O texto foi promulgado como A Carta dos Tibetanos no Exílio e prevê a liberdade de expressão, de crença, de reunião e demovimentos. Em1992, o Dalai Lama anunciou que deixará todas as responsabilidades políticas, passando a viver como um monge e um cidadão normal, no dia em que o Tibete ficar livre, como país democrático. E em 2001, os tibetanos no exílio em 34 países elegeram pela primeira vez uma assembleia democrática de representantes.
Em 1989, o Prémio Nobel da Paz foi concedido ao Dalai Lama, pela sua defesa de estratégias baseadas na não-violência. Apresentando-se na biografia oficial como um «simples monge budista», recebeu desde 1959 mais 84 prémios, doutoramentos honoris causa e outras distinções.
Durante esta entrevista, dada após uma conferência de manhã, para jovens voluntários, e outra de tarde, a convite da Porto 2001, não parecia fatigado. Limitou-se a descalçar-se e, ocasionalmente, usou os pés para brincar com um dos chinelos que tinha à sua frente. Falou sempre em inglês e só excepcionalmente recorreu aos colaboradores para precisar melhor um ou outro termo.



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