Foto: Miguel Madeira / Público |
A atitude inflexível da Igreja provoca uma ruptura, um choque e um corte de pontes dentro da Igreja Católica, diz o teólogo espanhol Juan José Tamayo. Defendendo a necessidade de uma maior democratização da Igreja, Tamayo diz que «os cardeais não são de instituição divina, a comunidade cristã, sim». E pergunta: «Porque só eles podem eleger o Papa e se exclui a comunidade cristã?»
Nascido em 7 de Outubro de 1946, em Palência, doutorado em Teologia em Salamanca e professor de várias universidades, Tamayo é membro destacado da Associação de Teólogos João XXIII.
Autor de duas dezenas de livros, é colaborador regular de vários jornais, entre os quais o El País.
Casado, pai de dois filhos, Tamayo viu algumas das suas teses condenadas pelo Vaticano. Mas o teólogo diz que a Cúria Romana leu mal o que ele escreveu… Entre os seus títulos, Juan José Tamayo publicou Hacia la Comunidad, obra em seis volumes, Adiós a la Cristiandad e Nuevo Paradigma Teológico (ed. Trotta), que levantou alguma polémica.
Nesta última obra, defende o adeus à teologia dogmática. «Estamos no fim de um ciclo teológico, marcado pela teologia fundada em dogmas; a proposta é um novo paradigma teológico, no qual o primeiro desafio é o da interculturalidade, uma teologia que não se sustente em categorias ocidentais», diz, a propósito da sua obra. «O segundo é o do horizonte inter-religioso: não se pode fazer teologia como se vivêssemos em tempos de uma religião única; as manifestações de Deus na história são plurais: Deus não se manifestou apenas através de Cristo, mas através de outros mediadores e fundadores religiosos, e através de outras manifestações». Teses que lhe valeram críticas do Vaticano.
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