Foto Miguel Madeira / Público |
Foi forçado a sair de Itália depois de pressões dos partidos e do Governo sobre os responsáveis da Igreja Católica. A imprensa italiana falava dele como o missionário «mais incómodo» de Itália.
Diz que o planeta está entre a vida e a morte, por causa das armas, da fome e do estilo de vida ocidental. Ou nos salvamos todos ou morreremos todos, alerta.
Alessandro Zanotelli, nascido em Agosto de 1938, em Livo (Itália), foi director da revista Nigrizia, dos Missionários Combonianos de Itália, entre 1978 e 1987, cargo que teve que abandonar por pressão do Governo italiano e do Vaticano. Defende uma Igreja Católica mais empenhada na não-violência activa, retornando aos primeiros séculos do cristianismo, em que os cristãos eram colocados perante o dilema: ou o Exército ou o baptismo.
Depois de empurrado para fora de Itália, o padre Zanotelli viveu 12 anos em Korogocho, nome que na língua kikuyo quer dizer confusão, babilónia, e designa um enorme bairro de lata de Nairobi (Quénia). Apesar da miséria, da sida e do subdesenvolvimento, diz que África ainda acredita que a vida pode vencer todos os obstáculos, não obstante os enormes problemas.