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segunda-feira, 4 de junho de 2012

sábado, 15 de outubro de 2011

Todos habitantes da mesma polis


«Se continuarmos a confundir a segurança com a exclusão de toda a diversidade, se continuarmos a alimentar os nossos medos em vez de os defrontarmos, se pensarmos poder sair das dificuldades não em conjunto, mas contra os outros, em particular os mais fracos, estamos a preparar um futuro de sinistra barbárie, encaminhamo-nos para um beco sem saída em que o homem será, cada vez mais, lobo para o homem.
Está, porventura, a tornar-se tragicamente verdadeira também para nós a situação descrita de modo figurativo pelo famoso mote da sabedoria indiana, que parece modelado pelos apotegmas dos monges do deserto: dois lobos lutam dentro de cada um de nós e na nossa sociedade, um cheio de raiva e rancor, de ressentimento perante o diferente, o outro animado de compaixão e amor inteligente.Também, desta vez, prevalecerá o lobo que melhor soubermos alimentar no nosso quotidiano.»

Enzo Bianchi, in Para Uma Ética Partilhada.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Para Uma Ética Partilhada


Para Uma Ética Partilhada
Enzo Bianchi
tradução de Artur Morão

ISBN: 978-989-96145-2-9; preço sem IVA: 9,43€ PVP: 10€; formato: 15×21cm; número de pp.: 112

Num período de mudança é necessário elaborar respostas de sabedoria.

A religião precisa do exercício da razão, mas com os outros, todos habitantes da mesma polis. Em conjunto, cristãos e não cristãos, devemos levantar a questão antropológica: quem é o homem? Para onde vai? Como pode viver numa sociedade que luta contra a barbárie e a favor da humanização? Das respostas que cada qual, a partir do seu património espiritual, souber dar depende o nosso futuro, mas também, já desde hoje, a qualidade da nossa vida pessoal e da convivência civil.

Enzo Bianchi fundou em 1965 a Comunidade Monástica de Bose, precisamente no dia em que se encerrava o Concílio Vaticano II (8 de Dezembro). Estes anos afirmaram-no como uma das vozes espirituais mais surpreendentes do nosso tempo. Autor de importantes textos sobre a espiritualidade das tradições cristãs, mantém um diálogo permanente e exigente com o mundo contemporâneo.
Bianchi cita muitas vezes a carta a Diogneto, um escrito do século II, que define assim os cristãos: «vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos, mas separam-se de tudo como estrangeiros. Moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu». Para aprofundar o sentido desta cidadania prefere o termo grego políteuma — que a Bíblia de King James traduz como conversação. Mergulhado radicalmente no mundo, o cristão é chamado a entender a vida como conversa com Deus.