sábado, 15 de outubro de 2011

Todos habitantes da mesma polis


«Se continuarmos a confundir a segurança com a exclusão de toda a diversidade, se continuarmos a alimentar os nossos medos em vez de os defrontarmos, se pensarmos poder sair das dificuldades não em conjunto, mas contra os outros, em particular os mais fracos, estamos a preparar um futuro de sinistra barbárie, encaminhamo-nos para um beco sem saída em que o homem será, cada vez mais, lobo para o homem.
Está, porventura, a tornar-se tragicamente verdadeira também para nós a situação descrita de modo figurativo pelo famoso mote da sabedoria indiana, que parece modelado pelos apotegmas dos monges do deserto: dois lobos lutam dentro de cada um de nós e na nossa sociedade, um cheio de raiva e rancor, de ressentimento perante o diferente, o outro animado de compaixão e amor inteligente.Também, desta vez, prevalecerá o lobo que melhor soubermos alimentar no nosso quotidiano.»

Enzo Bianchi, in Para Uma Ética Partilhada.

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