segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Juan Masiá - Somos obrigados à dissensão na Igreja


Manifesta opiniões sobre temas como o aborto, o divórcio ou a bioética que, dentro da Igreja, estão muito longe das teses oficiais. Apesar disso, o padre Juan Masiá Clavel, nascido em1941, em Múrcia (Espanha), diz que não se cala, que só propõe o caminho de futuro e que apenas pretende «salvar o Papa» dos que querem impor a sua moral como um dogma.
Após 35 anos no Japão a ensinar teologia moral, o teólogo e padre jesuíta espanhol foi pressionado, no início de 2006 — pelo cardeal de Madrid, Rouco Varela, disse-se na altura —, a deixar a cátedra que tinha em Espanha, por causa das teses defendidas em Tertúlias de Bioética (ed. Trotta). Tem mais de meia centena de livros publicados, entre os quais A Sabedoria do Oriente (ed. Casa das Letras), além de centenas de traduções e de artigos científicos (entre eles, um texto sobre as vivências entre Oriente e Ocidente na obra Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo, ed. Campo das Letras).
Juan Masiá ingressou na Companhia de Jesus em 1958, sendo enviado para o Japão seis anos depois. Ali ensinou, entre 1970 e 1988, nas universidades Sophia de Tóquio, São Tomás de Osaka e Santa Catalina de Hojo. Na Sophia, dirigiu entre 1983 e 1988 o Instituto de Ciências da Vida.


 
Depois da passagem pela Universidade de Comillas (Espanha), onde se doutorara em 1975, regressou ao Japão e à Universidade Sophia, dirigida pelos jesuítas. Desempenhou também o cargo de assessor da Associação dos Médicos Católicos do Japão e do Grupo de Estudo de Ética, da Conferência Episcopal Japonesa. Esteve em Portugal em várias ocasiões — a última das quais no final de 2007, participando num colóquio sobre o cristianismo no Japão e numa conferência promovida pelo movimento Nós Somos Igreja, sobre «Debates de Bioética: novos desafios políticos e religiosos». No seu site oficial (http://www.juanmasia.net/) apresenta-se como alguém que quer «viver na fronteira».


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